A chegada de um bebê é um momento único, capaz de mudar profundamente a vida dos futuros papais. Mas e quando já há um pequeno em casa?Muitos casais relutam e até desistem de ter mais filhos por temerem que a família não se adapte a chegada de um novo integrante. Mas especialistas mostram que é possível fazer adaptações sem que ninguém se sinta deixado de lado e receber mais um bebê com muito amor e carinho!
O elemento chave nesse processo é a comunicação. Dê diretamente ao seu pequeno a notícia da chegada do irmãozinho, para que ele não fique sabendo por terceiros. Certamente que apresentar este fato novo com entusiasmo e de maneira positiva faz toda a diferença, porém é preciso ser realista: o mais velho pode não ficar imediatamente feliz em saber que não vai mais ser a única criança da casa. Dê a ele(a) tempo para se acostumar e espaço para demonstrar suas emoções . Se você tem irmãos mais novos, pode usar sua experiência para mostrar que o compreende, além de reforçar que o crescimento da família não significa que ninguém se tornará menos amado nem menos importante.
Outro aspecto a considerar fazer mudanças como troca de quarto, transferência de escola e desfralde com antecedência, para que o mais velho tenha tempo de assimilá-las e não associe e vinda do irmão a desconfortos ou perdas. Incluí-lo nos preparativos para a chegada do bebê pode ajudar: incentive-o a te acompanhar em ultrassonografias e até na montagem do quarto e da mala do bebê. Também é importante esclarecer que o bebê demandará cuidados e que ele poderá participar se desejar, sem nunca forçá-lo . Mostrar fotos e vídeos de sua gestação anterior ou de quando ele(a) era recém-nascido é um modo de ajudá-lo a entender isso, sem pensar que será deixado de lado.
Quando a gestação chegar à reta final, procure definir e aviar com antecedência quem ficará com seu primogênito quando você for para a maternidade. Quando o caçula já estiver nos seus braços e você estiver em condições de receber visitas, traga o mais velho ao hospital em um momento tranqüilo, sem tantas pessoas por perto. Deixe que os irmãos se conheçam com calma e não deixe de se referir ao bebê sempre como uma pessoa – por exemplo : “Olha como a Júlia mexe as perninhas!” ou “ O Pedro sente fome também, e o jeito dele de mostrar isso é chorando”.
Claro que podem surgir algumas situações complicadas. Não se assuste se o mais velho pedir para devolver o bebê, pois isso não quer dizer a relação entre os irmãos será sempre conturbada. O ciúme é natural e pode ser que o mais velho se mostre mais apegado a você até apresente comportamentos regressivos, entre eles urinar na cama e falar como bebê. Alguns desses comportamentos, aliás, podem surgir apenas meses após o nascimento do caçula. Obviamente a agressividade não deve ser tolerada, mas na medida em que o primogênito se sentir querido e, sobretudo, não se sentir rejeitado, é possível contornar os percalços e ajustar a rotina.
Mãe e pai devem participar deste processo de adaptação e trabalhar em conjunto, garantindo que os dois passem um tempo com cada um dos filhos. A divisão de tarefas e responsabilidades é essencial para que a mãe não fique apenas com bebê e o pai com o mais velho e vice-versa. Com diálogo, é possível que todos convivam e possam ter momentos de diversão. Vocês podem combinar horários em que o primogênito possa brincar ou se divertir com a mamãe e depois com o papai. Vale lembrar que cada criança é única e que sua individualidade deve ser levada em conta nessa fase cheia de descobertas . Com paciência e respeito, não há como dar errado!