Já li vários artigos e reportagens abordando o consumismo infantil. Mas nenhum sobre o consumismo materno, sim muitas mães pela empolgação de um primeiro filho compram excessivamente.
E não falo apenas durante o enxoval, quando muitas acabam dando uma exagerada por inexperiência.
Mas quando se lança um novo modelo de brinquedo, uma roupa mais descolada, um acessório bacana, elas mesmo ficam antenadas nas tendências e compram em excesso. Supérfluos. Porque muitas vezes a maioria das crianças pequenas tem empolgação mais pela embalagem do que o brinquedo em si.
E acabam não dando valor, são super estimuladas pelo excesso e não cuidam do que tem.
Parabéns, eu sou uma dessas mães. Sou do tipo que tem que se controlar para não entrar em uma loja de artigos infantis. De ver novidades e atividades mais interessantes. Pintura para estimular isso, blocos para aquilo, roupas das novas coleção, uma liquidação ali então…
Quando o ato lúdico de criar e o velho lápis de papel fazem esse dever com louvor.
Roupas que muitas vezes não são usadas, sapatos em excesso para em poucos meses serem trocados.
Não é à toa que o mercado infantil é um dos maiores alvos do marketing atual. Não só pela criançada maior que vê comerciais mas as mães que também querem que seus filhos tenham o que há de mais moderno. Um tipo de competitividade sem fim. Porque sempre vai ter algo novo na prateleira, as coleções se renovam a cada estação, a moda da vez muda em uma velocidade incrível.
Acompanhar é quase impossível,e ainda temos que ver o exemplo que estamos dando aos nossos filhos.
Muitas vezes me justifico que volto a infância. Quero dar o melhor. Mas o melhor não estão nas coisas materiais, mas na educação, no exemplo, no amor , na minha presença.
Falar é fácil e eu esqueço disso muitas vezes. Vejo algo bonitinho ou até mesmo brinquedos educativos, livros de desenhos, e acabo sempre comprando uma coisinha.
Chegando em casa cheia dessas “coisinhas” me fez questionar.
Ela que nunca me pede nada, eu que antecipo dando tudo o que estou ensinando?
É tudo lindo, é muito acúmulo então aprendi também a deixar a não acumular. O que não brinca mais, roupas que não servem vão tudo para doação.
E o que acho bacana eu compro para dar em uma ocasião propícia. Leio e mostro nas ruas crianças sem nada. Já a levei em uma ação beneficente em um orfanato para passar a ela o valor de tudo.
Tanto que muitas vezes ela mesma já separa coisas para doar aos que pouco ou nada tem. Ela faz sacolinhas e me orgulho porque estou conseguindo passar esses valores. E ela tem me ensinado também. Que não precisamos de muito para sermos felizes. Não é a boneca mais poderosa que traz a alegria em um dia de parque, teatro ou praia.
Tudo é válido desde que consciente e com moderação e, sem jamais esquecer o que mais importa é o que o dinheiro não compra. Sim, ele não compra tudo. Saúde, amor e tempo de qualidade não estão nas vitrines.